22 de maio de 2020
Nossa proposta para Shavuot: cada família, em sua casa, escolher uma semente ou fruto para plantar e acompanhar, com o tempo, sua maturação. Vamos observando o crescimento das plantas e, quando pudermos retornar ao convívio diário, todos estarão convidados a levarem suas plantas para a escola, para juntos criarmos um canteiro muito especial.
Para ajudar na tarefa, a professora Tabatta, da Ecobé, nossa parceira para atividades de Ciências da Natureza, preparou um vídeo com dicas fáceis de fazer em casa.
Leia aqui o texto completo sobre “Shavuot e o Tempo”:
Shavuot é um chag que traz diferentes significados, recebendo nada menos do que 4 diferentes nomes. Embora cada nome traga uma conotação específica para comemorarmos, todos se relacionam àquilo que colhemos como resultado do que e de como semeamos. A relação com a natureza e com a Torá são marcas do chag, mas o tempo é o agente comum que perpassa todos seus significados.
Shavuot é o nome mais conhecido, se refere às 7 semanas entre Pessach e o chag, uma passagem que merece atenção especial, a “contagem do ômer”, período atribuído a função de maturação dos frutos, que após o término do período das chuvas estão prontos para serem colhidos. Mas celebra-se como um momento de maturação da alma, também, para o recebimento da Torá, referência a outro nome do chag, Matan Torá. O povo que saía do Egito, recebia das mãos de Moisés as tábuas da lei. Não sem antes esperar 40 dias até que ele descesse do Monte Sinai. Os outros nomes – Chag Habikurim (Festa das Primícias) e Chag Hakatzir (Festa da “ceifa”) se referem ao cultivo, sobretudo do trigo, que nesta época está pronto para ser ceifado.
Vivemos em um centro urbano, distante dos campos de plantação. Mal sabemos a época de cada fruta, quanto mais o tempo de maturação de cada alimento que compramos no mercado. Nosso tempo é instantâneo, vivemos sob uma lógica imediatista. Mas de repente fomos surpreendidos com uma experiência singular, em que a passagem do tempo se faz sentir em cada momento de nossa rotina, e temos mais oportunidade de notar mudanças, processos, ajustes e adaptações com mais relevância e cuidado.
Neste Shavuot, propomos que cada um, em suas casas, escolha uma semente ou um fruto qualquer para plantar. Convidamos que cada família cultive uma planta e acompanhe com o tempo, sua maturação. Assim como, isolados, estamos aprendendo novas maneiras de nos relacionar entre si, podemos aprender novas maneiras de nos relacionar com o tempo, e entender que tudo tem um tempo de maturação, seja nosso crescimento e desenvolvimento enquanto pessoa, nossa capacidade de apreender conhecimento, seja o processo cíclico da natureza, como o desenvolvimento da semente até finalmente tornar-se fruto.
Façamos deste solo árido um terreno fértil para novas aprendizagens.
Chag Sameach!